Um mês depois de divulgar o que seria o maior vazamento de dados do Brasil – mais de 223 milhões de vítimas – e 10 dias depois do segundo megavazamento – mais de 100 milhões de informações supostamente das operadoras de telefonia – a empresa de cibersegurança PSafe e a startup mineira de Inteligência Artificial CyberLabs anunciaram nesta quarta, 17/2, um acordo de fusão.
Segundo as envolvidas, o negócio cria “maior grupo de Inteligência Artificial e cibersegurança da América Latina” e que “novo grupo projeta mais de R$100 milhões de faturamento para 2021”. “A fusão foi costurada ao longo do segundo semestre de 2020 até ser anunciada internamente no dia 5 de fevereiro. A transação contou com o apoio da Redpoint eventures, que, em agosto de 2020, liderou uma rodada de investimentos de R$ 28 milhões na CyberLabs. Desde 2013, a Redpoint eventures é sócia investidora da PSafe.”
Ainda de acordo com as informações sobre a fusão, “com operação no Brasil e nos Estados Unidos, são mais de 6 milhões de usuários ativos, entre pessoas físicas e jurídicas, um time de mais de 150 engenheiros e pesquisadores focados em inteligência artificial, além do maior e principal laboratório de pesquisas em cibersegurança da América Latina”.
Segundo a Cyberlabs, “devido ao crescimento no número de ataques cibernéticos e vazamentos de dados empresariais nos últimos meses, tem sido vista uma movimentação em busca de prevenção e proteção pelas companhias. Esse cenário no Brasil foi agravado com a pandemia de Covid-19 e a adoção das medidas de isolamento social, que levaram as organizações a acelerarem suas jornadas de transformação digital no último ano e a ampliar sua presença virtual, criando um cenário atrativo para o cibercrime”.
Ao complementar as informações solicitadas pela entidade de Defesa do Consumidor, a Serasa apresentou um paraecer técnico de empresa especializada de que os sistemas da empresa são seguros. Mas o Procon/SP diz que as respostas foram incompletas e pouco esclarecedoras.
Instituto vai recorrer da decisão que desobrigou a Serasa a comunicar vazamentos."Não queremos demonizar ninguém, mas vazamentos geram desconfiança", diz o presidente, Victor Gonçalves.
Ao participar de evento da associação nacional de encarregados de dados, ANPPD, a advogada Patricia Peck advertiu que a ANPD não tem a exclusividade para aplicar sanções. “o Código do Consumidor traz como crime não informar sobre dados tratados ou correções”.
Entidade sugere que os incidentes de segurança só devam ser notificados se envolver, por exemplo, informações que correspondam a mmais de 50% da base de dados.