Organizações latinoamericanas fazem recomendações iniciais para a regulação das grandes plataformas da internet. Elaborado pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Observatório Latino-Americano de Regulação, Meios e Convergência (Observacom), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Desarrollo Digital, o documento Contribuições para uma regulação democrática das grandes plataformas que garanta a liberdade de expressão na internet está aberto para consulta pública neste link até 15/11.
O documento traz uma perspectiva latino-americana para moderação de conteúdo e inclui recomendações sobre princípios, padrões e medidas específicas para estabelecer formas de corregulação e de regulação pública que limitem o poder das grandes plataformas de internet (tais como redes sociais e mecanismos de busca) para proteger a liberdade de expressão de seus usuários e garantir uma internet livre e aberta.
O documento parte de um diagnóstico de que a autorregulação implementada por essas plataformas diante das pressões que vêm sofrendo por parte de governos, organismos internacionais e pela sociedade não é suficiente. Um princípio de “regulação progressiva” é proposto com base no impacto que as medidas tomadas pelos intermediários têm no exercício dos direitos fundamentais na Internet, especialmente a liberdade de expressão. Ou seja, o regulamento deve ser mais rigoroso no caso de grandes plataformas que, devido ao seu porte e abrangência, tenham se tornado espaços públicos de deliberação e/ou principais vias de acesso para o acesso à informação, com um nível de concentração excessivo.
“As grandes plataformas digitais tornaram-se espaços muito importantes para o debate público, o exercício da democracia e de direitos como o acesso à informação e a liberdade de expressão. Por isso, elas não podem ser tratadas simplesmente como empresas privadas que determinam o que circula ou não em suas plataformas a partir de critérios definidos por elas mesmas. De outro lado, o controle do Estado sobre essas plataformas também poderia representar riscos à liberdade de expressão. Por isso, é fundamental que a sociedade participe da formulação dos princípios, dos padrões e das medidas específicas que podem ser adotados para assegurar uma internet livre, plural e democrática”, aponta Olívia Bandeira, coordenadora de Relações Internacionais e Formação do Intervozes.
O documento não propõe uma legislação que determine qual conteúdo pode ser divulgado na Internet e qual não, nem obriga as plataformas a moderar o conteúdo. Mas, se decidirem fazê-lo, uma série de condições será estabelecida para que os direitos fundamentais dos usuários não sejam violados. Para isso, são incluídas propostas sobre quais são os limites para a moderação dos conteúdos que estas plataformas já realizam, para que seus termos de serviços, seus critérios e seus procedimentos sejam compatíveis com os padrões internacionais de direitos humanos, levando especialmente em consideração a proteção de minorias e grupos vulneráveis.
As pessoas e entidades interessadas em contribuir podem incluir comentários em cada uma das sete seções do documento: alcance e caráter da regulação; termos e condições de serviço; transparência; aplicação das políticas e devido processo; direito à defesa e reparação; prestação de contas; e aprovação e aplicação da regulação. Em setembro, a proposta também foi discutido em um seminário na cidade de São Paulo, que contou com a participação do Relator Especial para a Liberdade de Expressão da OEA, Edison Lanza.
Somente durante o terceiro trimestre, foram derrubados cerca de 20,7 mil links, websites e anúncios ilegais, um incremento de 4% se comparado o periodo de janeiro a setembro de 2018.
OTT sugeriu que o artigo 34 da minuta de resolução, que proíbe a propaganda eleitoral via telemarketing, seja expandido para vedar também o disparo em massa de mensagens através de aplicativos.
"Ser empresário no Brasil é um ato de heroísmo e é preciso, as vezes, traçar atalhos para crescer, mas é necessário entender a hora de deixar de ser herói e colocar a bola no chão, mesmo que isso provoque um freio no crescimento", orienta o gerente de capital privado, Gabriel Felzenszwalb.
Um ano depois de lançar seu ‘Contrato para a Web’, o criador da WWW já conta com compromisso de mais de 150 organizações pelo mundo, mas ressalta a necessidade de mudanças imediatas contra abusos. "Estamos perto de viver no mundo uma distopia digital", ressaltou.
“O Marco Civil da Internet trouxe base sólida para criar parâmetros para se ter lei mínima para a Internet seguir avançando, mas, infelizmente, vemos varias iniciativas tentando modifica-lo", afirmou o presidente da Abranet, Eduardo Parajo.