A Oracle está preparada para disputar o segundo chamamento da nuvem pública do governo federal e tem a sua estratégia definida para brigar com AWS e Embratel, revela o VP de Serviços Públicos da Oracle, Rodrigo Solon Chaves, em entrevista ao Convergência Digital. O executivo adiciona, porém, que a fabricante se estrutura para ser fornecedora de nuvem privada para órgãos que precisam ter a soberania dos seus dados como, por exemplo, a Receita Federal e o TSE. A estratégia é levar para o governo brasileiro a estrutura do recém-lançado datacenter dedicado regional, com gerenciamento remoto por parte da Oracle, mas com os dados sob a responsabilidade do cliente.
"Usar cloud é uma grande conscientização do governo de estruturar uma infraestrutura comum de tecnologia. No passado, foram criadas muitas salas-cofre e data centers isolados. Isso só fez criar silos de informações, que até hoje não se falam. É como um encanamento de água. Cada um tem o seu que não se comunica. A água não flui. Digitalizar o caos, vai fazer prosseguir o caos com os dados. Tem de se estruturar uma política", pontua Solon Chaves.
A Oracle também negocia com o Serpro para fazer parte da multicloud da estatal de TI. "Estamos viabilizando a nossa participação. O Serpro é um cliente e pode vir a ser um concorrente, mas temos de sentar e conversar. É o jogo", reforça Solon Chaves. A nuvem privada dedicada regional é uma grande aposta para o Brasil por reunir as ofertas de infraestrutura, plataforma e software como serviços dentro da casa do cliente, com gestão da Oracle. "Temos clientes no Japão e estamos trazendo para cá", revela, sem adiantar muitos detalhes.
A Oracle sabe do seu papel no setor público: cerca de 80% de toda a base crítica de dados do governo está rodando em cima da sua infraestrutura. "O setor público sempre abriu caminhos para o setor privado na Oracle", relata o VP de serviços públicos. Uma das apostas para 2020 é a oferta de serviços de software como o ERP 100% cloud.
"Sabemos que há um trauma com o uso do pacote de gestão no Governo. No passado, os projetos levavam um tempo enorme e muitos tiveram vida útil muito curta. Mas hoje, o ERP está na nuvem e projetos complexos são entregues de seis a oito meses. Tudo é feito de forma modular e como serviço, o que nos permite garantir SLA desejado e assegurar a eficiência da TI", completa Solon Chaves.
Para o relator do caso, "dados armazenados em nuvem não evidenciam uma comunicação de dados" e, por isso, não estariam protegidos pela legislação.
Estudo da KPMG mostra que existem, hoje, 702 startups em atuação no segmento no País. Levantamento ainda que, desde 2012 setor atraiu US$ 839 milhões em 274 rodadas de investimento; em 2020 foram captados US$ 365 milhões.
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