Apresentadora gamer há sete anos e maior host de eSports da América Latina e terceira maior do mundo, Nyvi Estephan, admite: a Internet vive uma onda de impunidade e as pessoas estão ficando extremamente agressivas. Segundo ela, que participou do DISI 21, realizado pela RNP- Rede Nacional de Pesquisa, combater a toxicidade da Internet é crucial.
"Você aprende na vida que se der um soco na cara de um colega na escola, vai levar outro ou será punido. Mas as pessoas acham que podem ofender e ameaçar na Internet que não vão ser punidas e isso está chegando às crianças e aos adolescentes. O problema é que o discurso de ódio é crime cibernético e tem punição sim. Ofender não é normal e eu sempre falo sobre isso no meu universo de jogos online. Perder frustra, irrita, mas é da vida", conta Nyvi Estephan.
Para a youtuber só há uma saída para reduzir a toxicidade da Internet: a conscientização. Nyvi Estephan faz uma advertência aos pais afirmando que é preciso ensinar aos filhos as regras do jogo. "Se a criança comete um crime cibernético, são os pais que vão ser responsabilizados. O controle é absolutamente necessário", reforça.
Mesmo mostrando o lado mais sombrio da Web, Nyvi Estephan faz questão de dizer que os games trazem muitos benefícios às crianças, uma vez que os jogos online ensinam a lidar com as frustrações e exigem raciocínio lógico que outras atividades não trabalham. "Em um país onde boa parte da população não tem um ensino de qualidade, os games têm benefícios óbvios e coibir o acesso a eles é muito pior". Assistam a entrevista com a youtuber Nyvi Estephan.
"Tem uma série de regras de educação, valores da família, formas de se comportar que não valem só para o jogo, para a rede social, valem para a vida”, diz a professora e psicoterapeuta, Ivelise Fortim.
"Vamos ouvir mais do que falar. Os pais precisam fazer os filhos falarem como atuam na Internet. É uma aprendizagem mútua e necessária", recomenda a analista de segurança Miriam von Zuben.
É imperativo que se trate a Internet como um lugar real e que se responsabilize as pessoas pelos seus atos para evitar os ataques, observou a especialista em comportamento e psicopedagoga Érica Alvim.
"Há milhares de aplicações positivas na Internet. O segredo é educar e conscientizar", sustenta o gerente de segurança do CAIS/RNP, Edilson Lima.
Em sua 15ª edição, o Dia Internacional de Segurança em Informática, promovido pela RNP, discutiu como a prevenção é fundamental em tempos de crianças e adolescentes hiperconectados.
País é o 25º em 32 países analisados em estudo produzido pela Microsoft. Por aqui, 41% acham que ataques e desinformações cresceram com a pandemia, enquanto 26% apontam que atitudes melhoraram.