Monetizar os dados do CRM. Esse é um dos objetivos da plataforma de serviços financeiros digitais para o mercado imobiliário, a Kenlo. Em entrevista ao Convergência Digital, os executivos do ecossistema - que recebeu um aporte de R$ 400 milhões e foi apontada pelo programa 'InovAtiva Brasil', do Ministério da Economia, como uma das 14 startups mais inovadoras do País, Denise Ghiu e Felipe Souza, falam de como lidar com dados sensíveis, com a LGPD e com a inovação para reformular um mercado, que ganha uma nova 'cara' com a transformação digital.
"Temos uma base ativa de 3 milhões de imóveis no nosso CRM, o que dá dados de mais ou menos 1 milhão de proprietários. Hoje temos 7200 imobiliárias de todo o país conectadas ao nosso ecossistema. São cerca de 55 mil imobiliárias no País. Temos um potencial enorme de crescimento", conta Fernando Souza, head de produtos e UX da Kenlo.
Os dados são armazenados em uma nuvem privada contratada junto à AWS e toda a política de proteção de dados e adequação à LGPD foram implementadas. "Lidamos com dados sensíveis e temos de ter cuidado com o quê disponibilizar. Mas temos informações e dados que podem, sim, ser monetizados e um dos nossos maiores projetos nessa área é a capacitação dos corretores", conta Denise Ghiu, diretora da Kenlo.
Hoje a Kenlo possui um time dedicado a trabalhar com dados, a partir da montagem de um data lake para estruturar as informações de forma ágil e precisa. O objetivo, conta Souza, é usar cada vez mais inteligência artificial aplicada à base de dados para ajustar os processos de oferta e demanda.
E ir além de alugar e vender imóveis é uma missão da plataforma e a aposta, neste momento, está em incorporar serviços de crédito e de venda de produtos de seguro, criando uma sintonia fina entre proprietários, inquilinos e corretores.
"O nosso projeto não é isolado. Não queremos concorrer com as imobiliárias. Ao contrário, nossa ideia é ter um marketplace. Se o ecossistema não ganhar, não funciona. O corretor também é muito importante na relação de negócios. Hoje temos 10 imobiliárias com acordo fechados. Temos muito por conquistar", completa Souza. A Kenlo é uma startup, lançada em setembro de 2020, a partir de um spin off da inGaia. A empresa fornece soluções de digitalização para imobiliárias locais, treinamentos para equipes, informações de mercado, possibilitando que as imobiliárias se transformem em plataformas completas de negócios.
Para o relator do caso, "dados armazenados em nuvem não evidenciam uma comunicação de dados" e, por isso, não estariam protegidos pela legislação.
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