“Na reunião de abril da CIT, vamos propor uma recomendação de harmonização da faixa com base no que foi aprovado no Brasil”, adianta o gerente da Anatel, Agostinho Linhares.
"Ao liberar o uso de energia muito baixa em 6 GHz, o Brasil vai ser replicado no mundo", diz Umair Javed, conselheiro da FCC, a Anatel dos EUA.
Para o VP da Oi, Carlos Eduardo Monteiro, o Brasil tem desafios a vencer para a expansão do Wi-Fi 6, como ofertar mais segurança jurídica e regulatória para os investimentos. O câmbio – já que todos os aportes e equipamentos são atrelados ao dólar – desponta como um gargalo a ser enfrentado.
“Desenvolver toda a base de dados leva tempo. Mas há operações que já sabemos onde são usadas e onde evitar problemas. Então podemos começar a implementar desde já”, diz o presidente da Associação Neo, Alex Jucius.
No Brasil, conselho diretor da Anatel decide se vai destinar os 1200 MHz da faixa ao uso não licenciado, em movimento semelhante ao que já se deu nos Estados Unidos. Movimento semelhante acontece na Europa e no Oriente Médio.
A posição foi defendida pelo presidente-executivo da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas, TelComp, Luiz Henrique Barbosa. "Já temos muito espectro nas mãos das operadoras tradicionais", sustentou. A decisão final será do conselho diretor da Anatel.
As faixas de 2,4 GHz e de 5 GHz estão congestionadas no Brasil e torna-se urgente ter mais frequência por mais capacidade e eficiência, afirma o chefe de Tecnologia da CommScope para Caribe e América Latina, Hugo Ramos.
Definindo-se como uma empresa de software que precisa de hardware e frequência para atuar, a Mambo Wi-Fi diz que os hotspots públicos vão crescer até nove vezes até 2022 com a liberação da faixa de 6 GHz para serviços não licenciados.
“O número de aparelhos vai crescer de forma exponencial nos próximos três anos e é interessante começar a colher benefícios o mais cedo possível”, diz o vice-presidente de Gestão de Produtos da empresa, Scott Imhoff.
Entidade insiste na necessidade de destinar uma parte dos 1200 MHz do espectro de 6 GHz para a oferta de serviços licenciados. "Essa faixa é mais viável para atender a demanda de espectro de banda média", afirma o diretor para a América Latina na GSMA, Lucas Gallitto.
Hoje menos de 10% dos equipamentos disponíveis têm capacidade de conexão para o Wi-Fi 6E e esse processo tem de ser acelerado, reforça o gerente de Pesquisa da IDC América Latina, Reinaldo Sakis.
O diretor de Política Regulatória do Facebook, Alan Norman, garante que é possível a coexistência de serviços em 6 GHz sem punir o consumidor com perda de qualidade. "São improváveis as falhas na qualidade", sustentou.
Para grupo de pequenas e grandes empresas, canais mais amplos garantem taxas de transferência em gigabits, fundamentais para acomodar a demanda de tráfego crescente.
“Calculamos a contribuição de US$ 112 bilhões ao PIB, US$ 30 bilhões em valor adicionado à produção e US$ 21 bilhões em consumo na próxima década no mercado brasileiro”, afirma a presidente da Dynamic Spectrum Alliance, Martha Suarez.
O engenheiro-sênior para Tecnologia Sem Fio da Amazon, Ravi Ichapurapu, explica que o espectro do 6 GHz permite obter vários gigabits de taxa de transferência e baixa latência, essenciais para aplicações como vídeos em 8K, automação industrial e no segmento automotivo.
“Nosso objetivo é conectar casas e indústrias com a melhor conectividade possível, mesmo nas áreas rurais”, afirma a vice-ministra de Telecomunicações do país andino, Pamela Gidi. Chile quer cobrir 90% do território com 5G em três anos.
Agência manteve as condições submetidas à consulta pública, de uso integral da frequência entre 5,925 GHz e 7,125 GHz para aplicações não licenciadas.
Estudo destaca que o uso total da faixa de 6 GHz, com 1200 MHz para sistemas não licenciadas servirá como condutor de crescimento a taxas anuais de 150%. Também será essencial para o impulso da Internet das Coisas.
Semelhante ao estudo feito no Brasil e que apontou ganhos de US$ 163 bilhões na próxima década com a destinação da faixa de 6 GHz para sistemas não licenciados, outros países da América Latina devem seguir o mesmo caminho.
Associação Brasileira de Internet, Abranet, afirma que uso dos 1200 MHz da faixa para o WiFi turbinará a inclusão digital no Brasil. Consulta pública da Anatel sobre o tema acabou no dia 24 de janeiro. Tema divide empresas de Internet e operadoras de telecomunicações.
Wi-fi 6/Wi-Fi 6E e o 5G se complementam e abrem oportunidades iguais de negócios para os prestadores de serviços, assegura Max Tremp, diretor da Cisco América Latina. Combinação das tecnologias viabiliza a redução da lacuna digital.
Pequenos provedores, empresas de internet e fabricantes de componentes aplaudiram proposta da Anatel que libera toda a faixa para Wi-Fi. Operadoras e fornecedores de redes insistiram na reserva de espectro para telefonia móvel.